Você pode contar como o Senac Rio está posicionado no ecossistema de inovação local e qual é o papel da instituição no suporte à cultura e à indústria criativa no estado do Rio?
Claudio Tangari – O Senac RJ tem como missão a educação profissional, e também nesse processo levar as novas tecnologias e processos ao conhecimento das empresas de comércio, serviços e turismo, especialmente às de pequeno porte, de modo a garantir o aumento da produtividade e a própria sobrevivência do negócio.
Neste processo, a participação do Senac no ecossistema de Inovação do RJ é muito mais focado na difusão de conhecimento e formação e atualização profissional das pessoas.
Quais as oportunidades que você enxerga e quais são os principais desafios que vocês enfrentam ao promover a inovação e a cultura criativa na região?
Claudio Tangari – No caso da Economia Criativa, o desafio é estimulante. A Economia Criativa está no DNA do RJ. O Rio é uma marca internacional, local conhecido por lançar tendências no segmento da economia criativa. Importantes empresas e expoentes do setor são originários do Rio. Mas com o tempo, e também com o advento de novas tecnologias, o Rio foi perdendo espaço e a liderança nesse setor.
O ecossistema da Economia Criativa é formado fortemente por profissionais liberais e micro e pequenas empresas, que se organizam por entregas.
Assim no mercado publicitário, eventos, audiovisual, artes, moda, etc. Portanto, a ação do Senac ao engajar profissionais desses setores em jornadas de atualização tecnológica, ao trazer networking que permitam a cocriação e trabalho coletivo, ao dar acesso a laboratórios e equipamentos de uso coletivo, pode trazer uma importante colaboração ao desenvolvimento do setor.
Um bom exemplo é a indústria do carnaval, que é muito relevante em termos econômicos, mas sem acesso à inovação e tecnologia. O papel do Senac está focado em um público que está fora das universidades, e portanto não tem acesso a laboratórios de novas mídias ou tecnologia de realidade virtual, com inteligência artificial, por exemplo.
Vocês estiveram presentes no Web Summit Rio 2024 com um stand de grande repercussão. Pode contar como foi a experiência?
Claudio Tangari – A participação do Senac no Web Summit foi justamente voltada a esse público, e mais ainda à transformação necessária na educação em função da rápida e acelerada transformação tecnológica no mundo. Levamos as palestras a 40 mil alunos, por transmissão ao vivo, e mediada por instrutores em cada local. E abordamos, no palco Senac, desde o carnaval até o futebol. Mas focamos também e especialmente na democratização do conhecimento das novas tecnologias. Levar essa informação e formação às camadas menos favorecidas da sociedade é fundamental para a diminuição das desigualdades sociais.
A Binder já realizou um evento sobre NRF e outro sobre o SXSW e Web Summit na Cápsula, o espaço de inovação do Senac Rio. Pode falar deste novo espaço?
Claudio Tangari – A Cápsula nasceu com o propósito de ser um espaço de Inovação não voltado à incubação e aceleração de empresas, mas, sim de pessoas. Especialmente a quem está no mercado de trabalho e que precisa estar atualizado para continuar no mercado de trabalho em mudança acelerada. E propor uma nova forma dessa educação profissional, voltada a jornadas com aplicação prática dessas novas tecnologias, e permitindo o uso posterior dos laboratórios no dia a dia profissional.