A história de Claudio Romano com a Binder teve início há 20 anos, em 2004, quando ele entrou como gerente de projetos digitais e ficou cerca de três anos e meio. Depois de um intervalo de alguns anos, ele retornou em 2009, e em 2015 assumiu a direção de mídia e convergência da agência.
Em novembro do ano passado, ele passou a exercer a diretoria de growth e conexões, com novas atribuições que ele explica nesta conversa, entre outros temas, como o desafio de viver com os olhos voltados para novas tecnologias e soluções para otimizar a operação e a rentabilidade da agência. Para além da paixão pela tecnologia, Romano é pai do Danilo e da Sofia, gosta de filmes de ficção científica e é fã de automobilismo e carros antigos. E afirma acreditar na liderança pelo exemplo.
Como o seu papel se transformou na Binder, incorporando as funções de Growth e Conexões?
Claudio Romano – Encaro como uma nova etapa na Binder. Meu papel está voltado para identificar e explorar novas oportunidades de negócios para a agência. Participo ativamente dos processos de prospecção, entendo as necessidades e ajudo a desenvolver propostas comerciais coerentes. Adoro o trabalho da mídia, e não consegui largar totalmente.
Estabeleço a direção e visão de longo prazo para o departamento de mídia em conjunto com o Grisoni, novo Diretor de Mídia, assegurando que esteja alinhado com os objetivos gerais da agência. Também estou sempre atento e em busca de novas tecnologias e soluções que contribuam para otimizar a operação e rentabilidade da Binder, bem como soluções para resolver problemas de nossos clientes.
Como fazer uma agência crescer com novos negócios, hoje?
Claudio Romano – Acho que começa pelos desafios do próprio negócio e do mercado. Vivemos uma economia em dificuldade, com clientes sob forte pressão por resultados e orçamentos de marketing enxutos. Um bom trabalho em novos negócios também significa reter os clientes atuais. Manter a competitividade da agência é fundamental, investindo na qualificação da equipe, diversificação de serviços e conexão com as tendências que estão transformando a sociedade.
E crescer dentro dos clientes? No ano passado, por exemplo, a Binder cresceu especialmente dentro dos clientes. O que isso sinaliza?
Claudio Romano – A Binder é uma agência comprometida com os resultados de negócio de seus clientes. E isso não é apenas uma frase, é um norte para todo time dentro da agência. Outro compromisso que temos é ser um portal para o novo. E por isso temos investido tempo e recursos para participar dos principais festivais de inovação e criatividade do mundo. Com esse DNA focado em resultados de negócio, somado a nossa conexão com as principais tendências e inovações do mundo, os clientes têm nos convidado para contribuir em suas decisões mais estratégicas. E quando participamos desses debates, as oportunidades aparecem.
Outro ponto que destacaria para esse resultado em nossos clientes, é a nossa atenção às oportunidades. É a teoria do carro vermelho. Se eu te perguntar quantos carros vermelhos você viu hoje, você não saberá me dizer com certeza. Mas se eu te pedir para contar cada carro vermelho que você encontrar amanhã, você estará atento para isso e me dirá com segurança. E é assim que nosso time se comporta. Atentos aos problemas de nossos clientes, para que assim possamos desenvolver soluções e gerar as oportunidades.
Que desafios 2024 apresenta em particular para a agência?
Claudio Romano – 2023 foi um ano muito bom, e queremos repetir essa performance este ano. Para 2024, nos colocamos como meta acelerar e dar foco nas prospecções tanto no privado quanto no público, atenção nas oportunidades dos clientes atuais e manter o olhar atento para a operação e rentabilidade.
Qual o papel da IA hoje no negócio da publicidade, e como a Binder vem procurando incorporar esta tecnologia, treinar as pessoas para que saibam usá-la?
Claudio Romano – Estamos incorporando as ferramentas de IA, em conjunto com as demais ferramentas que já utilizamos, para aumentar a produtividade das equipes. Pra gente, IA é mais sobre colaboração, é um copiloto para as tarefas.
Nosso objetivo com a IA é liberar os times de tarefas repetitivas, dedicando mais tempo para entregas estratégicas e criativas. Em projetos de IA que temos liderado, o primeiro desafio é definir bem o problema que desejamos resolver, para termos foco. Depois é avaliar a relação custo X benefício, para estabelecer o orçamento, e a necessidade de capacitação da equipe, para fazer melhor uso da ferramenta.
É necessário avaliar se a nova tecnologia é compatível com sistemas existentes para se comunicar eficientemente com elas. Avaliar a confiabilidade e precisão dos resultados gerados pelos algoritmos de IA é fundamental. Erros ou vieses nos modelos podem levar a decisões inadequadas ou campanhas ineficazes. Existe uma adaptação cultural, porque é uma mudança na forma como fazemos. É importantíssimo gerenciar as expectativas. Embora a IA possa ter muitos benefícios, ela não é solução mágica para todos os problemas.
Como você enxerga os desafios na publicidade digital com o fim dos cookies de terceiros?
Claudio Romano – Com o fim dos cookies de terceiros no âmbito da publicidade digital, os profissionais do setor estão diante de uma série de desafios importantes. A transição para um cenário sem cookies de terceiros demanda uma reformulação das estratégias de marketing e conversão, com um foco maior na coleta e gestão de dados primários dos clientes, além da incorporação de novas práticas focadas na confiança e na experiência do usuário.
Estratégias com a personalização baseada em contexto, análise preditiva e modelagem de dados podem ser empregadas para uma segmentação eficiente, sem violar a privacidade dos usuários. Em resumo, adaptar-se a essas alterações é essencial para preservar a eficácia das estratégias de marketing digital em uma era pós-cookies.
Qual o melhor e o pior da IA?
Claudio Romano – O melhor eu diria que é potencializar aquilo em que o ser humano é melhor: encontrar soluções criativas para os problemas e ser mais estratégico. No que parece desestruturado, ela consegue demonstrar lógica. Código cria arte. De pior, ela pode contribuir para reforçar vieses de algoritmo, ampliar preconceitos existentes na sociedade e acentuar a desigualdade social.